sábado, 3 de outubro de 2009

Ilha da Madeira

Olá a todos!1
como alguns já estão sabendo, amanhã estarei viajando para Potugal e meu novo endereço durante 2 anos será a Ilha da Madeira - Funchal rs. Fui selecionado para um Mestrado na Aréa de Bioquímica Avançada em Biomateriais, depois explico melhor através no Mundo Virtual!! São oportunidades que aparecem na vida e decisões a serem tomadas. Chegou a vez de encarar mais um desafio na minha vida e espero que TUDO dê certo se Deus quiser! Espero vcs lá viu! Adoro vcs demais, pena que as coisas foram MUITO rápidas e não tive tempo de falar ou mandar mensagens a todos!

Bjosssssssss e Cheirossssssssssss e até as férias!!!!!

A ti minha Ilha... Madeira

Ilha de encantos, de magia natural
Teu mar agreste embate nos rochedos
É em ti que deposito meus desabafos
E confio meus medos…
Pequena pérola do atlântico
Tens magia no interior
Cativas com teu encanto
És a ilha do amor
As tardes de verão
Fazem encher a esplanada
Entre o som e o marisco
Está alegria e a gargalhada
Caí a noite e vem com ela
O brilho do sensual
Aquela luz do luar que embriaga as avenidas
Da bela cidade do Funchal
Entre caminhos na rocha talhados
Algo exótico, beleza pura e inebriante
Assim cativamos o mundo
E recebemos o visitante
Pequena ilha que me acolheu
Por ti me apaixonei perdidamente
É para ti esta homenagem
São palavras do coração simplesmente…

Ana Alves

sábado, 19 de setembro de 2009

"Além do Ponto"

(...)"Um carro passou mais perto e me molhou inteiro, sairia um rio das minhas roupas se conseguisse torcê-las, então decidi na minha cabeça que depois de abrir a porta ele diria qualquer coisa tipo mas como você está molhado, sem nenhum espanto, porque ele me esperava, ele me chamava, eu só ia indo porque ele me chamava, eu me atrevia, eu ia além daquele ponto de estar parado, agora pelo caminho de árvores sem folhas e a rua interrompida que eu revia daquele jeito estranho de já ter estado lá sem nunca ter, hesitava mas ia indo, no meio da cidade como um invisível fio saindo da cabeça dele até a minha, quem me via assim molhado não via nosso segredo, via apenas um sujeito molhado sem capa nem guarda-chuva, só uma garrafa de conhaque barato apertada contra o peito." (...)

Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

lançamentos.

os novos discos da dona bethânia (capas abaixo), que serão lançados, salvo engano, no dia 2 de outubro desse ano, poderão ser ouvidos gratuitamente (isso mesmo, DE GRAÇA) a partir da próxima segunda-feira, dia 14 de setembro, no site http://sonora.terra.com.br — basta se cadastrar no site! fikdik.





"tua" é um disco recheado de canções românticas e tem como temática o amor.

já "encanteria" traz temas sobre fé e misticismo.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

sobre maysa.



"Conheci Maysa na metade da década de 70 em uma viagem de trem de São Paulo para o Rio de Janeiro. Ela estava na cabine do restaurante quando entrei com a timidez que me é peculiar e que me traz também um certo ar de mistério, de charme. Sentei-me perto dela e acabei, não sei como, sentada à mesma mesa dela, a gargalhar de alegria e de prazer. Maysa era só magia, fôrça, sedução. Uma mulher atraente, inteligente, acompanhada de uma eterna angústia existencial.

Compartilhava com ela os momentos mais prazerosos de uma amizade que parecia duradoura, se não fosse a morte arrebatá-la para quase sempre. Digo quase sempre porque sei que aquela energia tão especial que tive a alegria de experimentar, deve estar armazenada em algum lugar deste imenso infinito. Uma energia como a dela não pode perder-se ou acabar-se de repente. Ela está viva na sua obra, na sua perene imagem de mulher-deusa, na sua beleza.

Maysa foi uma mulher moderna para sua época, uma cantora apaixonada, de talento incomum. Isso tudo fazia da menina à sua frente uma admiradora, uma fã arrebatada por seu feitiço. Lembro-me de vê-la à distância, ainda nos anos 60, logo no início da minha carreira, quando participamos de um festival. Ela já era um mito, uma artista respeitada e reverenciada. Maysa passava, a nós iniciantes, uma carga de intensidade sem igual. Víamos nela o brilho raro das grandes intérpretes, em que a vida se misturava à sua arte. Ficava evidente que se tratava de uma mulher decidida e firme nas escolhas do que queria fazer, cantar e agir. Pessoalmente, ela era delicada e pouco impositiva, embora na carreira agisse de modo determinado.

Assim como eu, Maysa era uma pessoa que amava o silêncio das madrugadas. Costumávamos conversar muito por telefone, descobrindo as miudezas da amizade e trocando experiências diversas. Ela era uma profissional bastante exigente e conhecia de longe quando uma situação valeria à pena. Tinha idéias súbitas de fazer parcerias, apresentações e novas canções, em projetos que o tempo não nos permitiu cumprir. Como artistas estivemos juntas apenas em uma ocasião, na gravação de um número musical para o programa Fantástico, mais ou menos um ano antes da sua morte. Ela cantou Coração Vagabundo e eu, por sugestão dela, Resposta, uma composição dela mesma e que traduzia perfeitamente aquela mulher avançada.

Por tudo isso compreendo hoje que Maysa, independente de seu repertório romântico e passional, foi uma mulher moderna. Moderna no sentido de ter espírito inquieto, de acreditar em atitudes fortes, de mostrar opinião própria em assuntos considerados pouco convencionais e por viver daquele modo cheio de audácia. Ela continua uma presença incomparável na MPB. Ninguém parece com Maysa e dificilmente surgirá outra cantora do seu jeito"

Gal Costa.

sobre bethânia.



"De jeans e camiseta, cabelo preso, aos gritos de 'pega, mata e come!', Bethânia já foi musa da esquerda, tempos do show Opinião. Graças ao acaso – se acaso existe e não destino – que trouxe a menina Berré de Santo Amaro da Purificação, Bahia, para os palcos do centro do país. Peruca canecalon, coberta de colares e pulseiras, gestos largos, recitando Fernando Pessoa e Clarice Lispector – Bethânia foi musa. A voz muito grave, sussurrando versos sensuais, embalou os amores dos casais pelos motéis, rivalizando na vendas de discos com o rei Roberto Carlos. Prendeu, soltou os cabelos, calçou, tirou os sapatos, largou as gravadoras comerciais, no auge do sucesso, trajetória inversa, tornou-se independente: conquistou o direito de gravar o que gosta, num repertório coerente e fiel à musica brasileira.

Foram muitas Bethânias nesses mais de 20 anos. Ou era uma só? O escritor Júlio Cortázar, fã confesso (não fosse um iniciado em magia), afirmava que Bethânia e Caetano são uma única pessoa: yin/yang, homem/mulher, Oxóssi/Iansã. Foi muito in, ficou inteiramente out – até ultrapassar as divisões maniqueístas dos manipuladores da opinião pública para ocupar esse lugar muito especial só reservado aos mitos. Bethânia, deusa guerreira, de espada em punho e voz rouca, inconfundível, procurando sempre versos que falem às emoções dos apaixonados. Gosta-se dela como se cai em estado de paixão: além de qualquer razão.

E bela. Bela de um jeito que não é comum ser bela, cantora como não é comum ser cantora – nesse desregramento de padrões estéticos, Bethânia funde a aspereza de onde começa o Nordeste com o requinte dos blues de uma Billie Holiday. Cantora diurna das terras crestadas pelo sol, mas também noturna, dos lençóis de cetim úmidos de suor e amor, transita numa carreira de impecável coerência com sua própria criatura: dividida em mel e espada. Padroeira dos apaixonados, também divididos entre o mel e a espada cortante da vingança. Dessa extensa legião, Maria Bethânia é a voz mais fiel"

Caio Fernando Abreu.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

sobre nara.



"Nara Leão foi uma das mulheres mais importantes do Brasil da segunda metade do século XX. Não só pela qualidade artística do que sempre produziu, como também por sua capacidade de estimular tudo e todos à sua volta com sua curiosidade, inconformismo e vontade de descobrir coisas novas. Ela sempre foi um exemplo para nós todos, seus contemporâneos, pela sua permanente inquietação e pelo rigor de suas idéias.

Descobridora de tantos talentos novos, redescobridora de tantos outros esquecidos, Nara fez do risco e do bom gosto um método infalível. Seu paradoxo é que ela nunca procurou o sucesso (que até lhe causava um certo mal-estar) e, no entanto, certamente pela radical sinceridade de sua obra, o sucesso sempre a perseguiu. Era ele que não podia viver sem ela, e não o contrário.

Num país que tantas vezes se destaca pelo excesso e pelo elogio da hipérbole, numa cultura muitas vezes tão sinuosas e barulhenta, a elegância de Nara Leão, sua voz limpa e serena, suas idéias tão claras, são uma jóia de inestimável valor, uma exceção exemplar. Atrás da doçura e da meiguice da figura pública, estava uma mulher rigorosa, de uma luminosa radicalidade, que exigia de si mesma, e do mundo à sua volta, a virtude permanente da verdade"

Carlos Diegues, agosto de 2006.

domingo, 30 de agosto de 2009

"

Quem? Esperar por quem?
Se tão só e sei
Sem motivação
E prossegue esse imenso conflito
Me rodeia esse grande infinito
Não tem eco esse teu sofrimento
Oh meu coração, coração
Quem? Quem será que vem?
Sinto que ninguém
Vai me dar perdão

Eis a prova, dos meu grandes erros
Erros estes que eu soube julgar
Não importa, mas ...
desabrochar

Bate outra vez, com esperanças o meu coração
Emfim"


Um pouco de Cartola num domingo que se transformou em mais um dia, como todos os anteriores, em que fico morrendo com a companhia da música.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Stay (Farway, So Close) - Zooropa



Olá Galera!!
Fazia uma tempão que não escutava U2, e em especial o cd Zooropa de 1993. Ganhei até esse cd do meu primo Thales a um TEMPÃO ahehaheh. Tô ficando velho eu sei!! Eu acho esse cd massa, pq eles mesclam a velha guitarra de The Edge com um som eletrônico muito legal! Vale a pena vcs escutarem tá!! Bjão p vcs!!!

Stay
U2

Green line, Seven Eleven
You stop in
For a pack of cigarettes
You don't smoke
Don't even want to
Hey! Now check you change
Dressed up like a car crash
The wheels are turning
But you're upside down
You say when he hits you
You don't mind
Because when he hurts you
You feel alive
Is that what it is?

Red light, gray morning
You stumble
Out of a hole in the ground
A vampire or a victim
It depends on who's around
You used to stay in
To watch the adverts
You could lip synch
To the talk shows
And if you look
You look through me
And when you talk
Is not to me
And when I touch you
You don't feel a thing

If I could stay
Then the night would give you up
Stay
Then the day would keep its trust
Stay
and the night would be enough

Faraway, so close
Up with the static and the radio
With satellite television
You can go anywhere
Miami, New Orleans
London, Belfast and Berlin
And if you listen
I can't call
And if you jump
You just might fall
And if you shout
I'll only hear you

If I could stay
Then the night would give you up
Stay
Then the day would keep its trust
If I could stay
With the demons you drowned
Stay
With the spirits I found
Stay
And the night would be enough

Three o'clock in the morning
It's quiet and there's no one around
Just the bang and the clatter
As an angel runs to ground
Just the bang and the clatter
As an angel hits to ground

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

poladroid project.

gente, entrem AGORA no site http://www.poladroid.net e baixem o programinha que transforma suas fotos em polaroids! ishpia só como o efeito fica legal:





quarta-feira, 19 de agosto de 2009

"se a maré das circunstâncias não tivesse te banhado nas águas do equívoco"

“Não gosto quando a gente fica falando assim no que não foi, no que poderia ter sido. [...]. Não hoje, por favor, hoje não dá, eu tenho. Eu tenho uma sensação meio de amargura, de fracasso. Você me entende? Como se tivesse a obrigação de ter sido, ou tentado ser, outra pessoa”

(ABREU, Caio Fernando. Pela noite. In: Caio 3D: O essencial da década de 1990. Rio de Janeiro, Agir, 2006, p. 57-58).

terça-feira, 18 de agosto de 2009

"L'amour"


"L'amour, hum hum, j'en veux pas
J'préfère de temps en temps
Je préfère le goût du vent
Le goût étrange et doux de la peau de mes amants,
Mais l'amour, hum hum, pas vraiment "

(Carla Bruni)

senhora do engenho.


"aquele rosto antigo que seria feio, não fosse dela e tão belo" (L)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

amém.

"Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. Que eu continue alerta. [...] Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e becos de mim" (Caio F.)

deseperar? jamais!

essa canção de ivan lins e vítor martins, cantada por beth carvalho nessa versão, ilustra bem meu sentimento do post-desabafo anterior. espero que gostem. ;**

"deseperar, jamais
aprendemos muito nesses anos
afinal de contas, não tem cabimento
entregar o jogo no primeiro tempo"



http://rapidshare.com/files/202708461/12_-_Desesperar__Jamais.mp3

"tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das ruas"

como diz o bolero: "dicen que la distancia es el olvido, pero yo no concibo esta razón". eu não vou mentir aqui e dizer que morro de saudades, porque a verdade é que a correria do dia a dia não me permite grandes romantismos, mas confesso que vezenquando me pego com pensamentos meio melancólicos e quase suicidas. vem a minha mente uma dúvida enorme, uma inquietação que me faz perguntar se tem valido (ou valerá) à pena a decisão de recomeçar aqui a vida, de me reinventar sem garantia nenhuma de sucesso ou porto seguro.

acabei perdendo a data de requerimento para entrar como aluno especial do mestrado (confundi com a de matrícula e passei batido), mas não importa: tenho aquela mentalidade que me consola dizendo que não era a hora. hei de me inscrever na seleção mês que vem e, espero, ano que vem entro como aluno regular após passar nos testes em novembro. por enquanto talvez eu estude francês, talvez arte. talvez eu viaje mais ou leia mais. não importa; estou sereno e paciente.

a vida aqui é tranquila, sem maiores emoções, mas curiosamente eu estou tendo paz de espírito suificiente para, pelo menos por enquanto, não me desesperar querendo mais. sei que depois eu encontro outras coisas, outros lugares e outros rostos para ocupar meu tempo e meu coração, e que agora basta o "pouco" que tenho. como diz outra canção, não menos bolero: "a fé no que virá e a alegria de poder olhar pra trás".

a saudade existe, mas não invejo a felicidade atual e o companheirismo cotidiano de ninguém. sinto falta dos nossos momentos, dos dias na praia ou na serra, das muitas cervejas e dos tantos sambas, mas não troco meu hoje por nenhum ontem. acho que as possibilidades são muitas, e que sustentar a minha decisão de vir é tão (ou mais) importante quanto foi tomá-la. deus me ajude a perseverar e a não sucumbir à saudade (pelo menos não antes de ter muitos braços aqui para me segurar na queda).

com amor,
rodolfo. xxx

"Dia Branco"

Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...

Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...

Se a chuva cair
Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...

Nesse dia branco
Se branco ele for
Esse tanto
Esse canto de amor
Oh! oh! oh...

Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo

Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...

Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva cair

Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...

E nesse dia branco
Se branco ele for
Esse canto
Esse tão grande amor
Grande amor...

Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo

Comigo, comigo.


(Geraldo Azevedo)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Brinquedo de Papel Marchê...


Papel Machê
João Bosco/Capinam


Cores do mar, festa do sol
Vida fazer
Todo o sonho brilhar
Ser feliz
No teu colo dormir
E depois acordar
Sendo o seu colorido
Brinquedo de papel machê
Dormir no teu colo
É tornar a nascer
Violeta e azul, outro ser
Luz do querer...
Não vai desbotar
Lilás cor do mar
Seda, cor de batom
Arco-íris crepom
Nada vai desbotar
Brinquedo de papel machê

Gente Nova e Muitas Postagens... Viiiige!!!

Voltei haehhaheha... Fazia tempo que não entrava no Blog e percebi que e ele tá Bombando, QUE MASSA! ABRAÇÃO para os novos "Bloggers"! Bem minha vida tá numa correria entre trabalho e viagens, e agora até para mais longe. Se não bastasse a minha querida Várzea City, inclui agora no roteiro Brasília. Isso mesmo a Capitá Federá, aquela ilha da fantasia que fica no Planalto Central, que apesar de seus políticos é MASSA galera ahehahehaheh!

Bem... No mais Cheiros, Beijos e Abraços a todos e tô de volta!!! Adoro vocês!!

"Todos os dias deveríamos ler um bom poema, ouvir uma linda canção, contemplar uma belo quadro e dizer algumas bonitas palavras" (Goethe)

a divina elizeth



elizeth cardoso cantando "acontece", de cartola, me mata um pouco cada vez que eu ouço. :~

http://rapidshare.com/files/203017086/05_-_Acontece.mp3

alegria, alegria.

"A alegria não é difícil. Fique atento no seu canto. Basta uma margarida na sua fossa" (Caio F.)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

sabedoria popular.

excerto de um livro muito bom de jessier quirino; trecho muito atual e adequado à podridão corrupta do brasil.



"Senador - O que o senhor acha da classe política brasileira?
Matuto - Olhe, cumpade véi, tem um magote ali dentro tão bom de roubo que, se vendesse cavalo, achava um jeito de ficar com o galope.

Senador - E quanto aos prefeitos e vereadores?
Matuto - Ahhh! meu fi... Esses aí tão ensinando rato a subir de costa em garrafa.

Senador - E quanto à oposição?
Matuto - Humm?

Senador - A oposição!... O sr. acredita nos partidos de oposição?
Matuto - Hummmm!

Senador - O senhor acha que são realmente o que dizem? Íntegros, retos, austeros?
Matuto - Hum-hum!

Senador - O sr. é sempre assim, de poucas palavras?
Matuto - Palavra de homem é um tiro. Falar sem cuidar é atirar sem apontar.

Senador - Como homem do povo, que recado o sr. tem para os governantes?
Matuto - Meu recado é uma verdade: a gente nunca esquece de quem se esquece da gente"

(QUIRINO, Jessier. "Sabatina Feita Com Um Matuto Presidente de Banco de Feira". In: "Prosa Morena". Recife, Bagaço, 2001, p. 81).

Saudade

Saudade
É uma palavra Saudade
Só existe na língua portuguesa
Saudade de Val vendendo pó na esquina
Saudade do que nunca vai voltar
E dos amigos que se foram
Eu hoje estou com saudade
Na noite quente e no calor
Que sobe do asfalto
Saudade quente
Saudade da roda de cerveja
Dos amigos da madruga e
Saudade de nadar no mar
E um dia ter sido mais puro
Saudade da primeira namorada
E namorado também
Saudade, principalmente
Da irresponsabilidade
Saudade, meus amigos
Daqui a pouco vou estar com vocês.

Cazuza






terça-feira, 11 de agosto de 2009

um beijo de bom dia com gosto de café.

Amanhã de manhã
Vou pedir o café pra nós dois
Te fazer um carinho e depois
Te envolver em meus braços
E em meus abraços
Na desordem do quarto esperar
Lentamente você despertar
E te amar na manhã
Amanhã de manhã
Nossa chama outra vez tão acesa
E o café esfriando na mesa
Esquecemos de tudo
Sem me importar
Com o tempo correndo lá fora
Amanhã nosso amor não tem hora
Vou ficar por aqui
Pensando bem
Amanhã eu nem vou trabalhar
E além do mais
Temos tantas razões pra ficar
Amanhã de manhã
Eu não quero nenhum compromisso
Tanto tempo esperamos por isso
Desfrutemos de tudo
Quando mais tarde
Nos lembrarmos de abrir a cortina
Já é noite e o dia termina
Vou pedir o jantar

...é que eu ouvi Ela cantando isso ontem e fiquei apaixonado por essa sensação, essa coisa que essa música causa de que mesmo que não se tenha alguém do lado de manhã, a gente imagina e sente como se esse alguém existisse e fosse realmente tudo tão lindo assim, por causa da música nossa chama outra vez tão acesa.

"Preciso de Alguém"

Meu nome é Caio F.

Moro no segundo andar, mas nunca encontrei você na escada.

Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que a coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia — eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal —, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas.

Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver.

Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como — eu estou aqui, eu te toco também.
Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da concha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão. No meio da fome, do comício, da crise, no meio do vírus, da noite e do deserto — preciso de alguém para dividir comigo esta sede. Para olhar seus olhos que não adivinho castanhos nem verdes nem azuis e dizer assim: que longa e áspera sede, meu amor. Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio — tão cansado, tão causado — qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho. Esse, simples mas proibido agora: o de tocar no outro. Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor. O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós. Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto. E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios — que importa? (Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio — viria? virá? — e minto não, já não preciso).

Preciso sim, preciso tanto.
Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano. Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser conjunto ao teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida. Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus.

Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço. Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã.

(Caio Fernando Abreu. Crônica publicada no “Estadão”, Caderno 2, de 29/07/87).

Descansa Coração

Cansei de tanto procurar
Cansei de não achar
Cansei de tanto encontrar
Cansei de me perder

Hoje eu quero somente esquecer
Quero o corpo sem qualquer querer
Tenhos os olhos tão cansados de te ver
Na memória, no sonho e em vão

Não sei pra onde vou
Não sei
Se vou ou vou ficar
Pensei, não quero mais pensar
Cansei de esperar
Agora nem sei mais o que querer
E a noite não tarda a nascer
Descansa coração e bate em paz


~:

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

caio du jour.

"Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos — e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso" (Caio F.) :~

domingo, 9 de agosto de 2009

"your song"

"My gift is my song... and this one's for you
And you can tell everybody that this is your song
It maybe quite simple, but now that it's done
I hope you don't mind, I hope you don't mind
That I put down in words...
How wonderful life is now you're in the world"


"para atravessar agosto"

"Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.
Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques - tudo isso ajuda a atravessar agosto."


(Caio F.)

sábado, 8 de agosto de 2009

"Procura-se Desesperadamente"


"Procuro deseperadamente alguém que esteja disposto a viver numa casa de vidro perto do mar. Que saiba encontrar a ursa maior no céu a noite e consiga esvaziar minha mente sempre tão lotada de tudo.
Quero alguém que não se importe em ter uma planta carnívora na cabeceira da cama e que acredite quando eu digo que as coisas que estão acontecendo acontecem por causa da proximidade da era de aquário.
Preciso de alguém que passe protetor em mim toda vez que eu sair do mar e que saiba dormir com o mesmo lençol na mesma cama. Alguém cujo meio de locomoção seja um jetpack com espaço para passageiro e que trabalhe numa empresa cujo objetivo é desenvolver felicidade em pó. [E que assim, traga muitas amostras grátis para casa]
Preciso de alguém que esteja olhando e sorrindo pra mim no momento em que abro meus olhos de manhã. Que me irrite ao dizer que os lençois brancos, mais do que os azuis, combinam com a decoração do quarto. Que derrube o vaso de flores ao passar desajeitado pelo corredor. Que saia de casa, mas que volte cinco minutos depois ao perceber que esqueceu a chave.
Necessito de alguém que me olhe nos olhos e diga que odeia muito o fato de que me ama perdidamente. Alguém que desapareça por um dia ou dois e que quando finalmente chega, eu consiga acreditar com todo meu ser em tudo que ele diz. Alguém em quem eu confie.
Quero tanto alguém que eu conheça por completo mas que continua a me surpreender sempre... Que não deixe claro que irá passar o resto da vida comigo, mas que naquele momento só quer estar na minha presença. Alguém que não faça melodramas e que quando perguntado se me ama, responda apenas: "Claro que sim, que pergunta..."
Procuro alguém que dance comigo. Alguém que saiba respeitar minha individualidade e que enalteça o companheirismo. Que me faça raiva as vezes pra que fique sem dirigir-lhe a palavra por um dia inteiro. Alguém que não saiba dar nó no tênis mas que consegue dar um salto triplo escarpado.
Procura-se desesperadamente alguém que seja tudo isso ou não.
Procuro desesperadamente, e pode ser somente assim, alguém que me ame e que eu possa amar também."

(Eduardo A.)

nara, sempre.



http://rapidshare.com/files/203323364/04_-_Da_Cor_do_Pecado.mp3

Faixa do disco de Nara Leão e Roberto Menescal de 1985, "Nara & Menescal – Um Cantinho, Um Violão".

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

"sobre amar"

"Quando se ama, de verdade e com os quatro compartimentos do coração, aquela pessoa se torna uma equação que você vai resolvendo todos os dias, em silêncio. Aos poucos você percebe que a soma de um sorriso com um olhar que foge, é igual a timidez. Que multiplicar aleatoriamente os gestos e as palavras equivalem a "não consigo dizer em voz alta que te amo". E até que dividir com você o mesmo sono, apertado numa cama de solteiro, significa que ele precisa de alguém que o ajude a viver nesse mundo de loucos. (...) Quem não ama nunca saberá o motivo de sua própria existência, jamais experimentará a segurança morna de um abraço e nem, tampouco, o enlaçe inviolável que é criado toda vez que um amor nasce entre duas pessoas.
Eu amo.
E espero que um dia possamos dizer que, apesar dos pesares, amamos com a total ausência dessa dor "que desatina sem doer"."

(Eduardo A.)

"como o amor, que eu nunca encontrei, mas que existe em mim"

"no meu demente exercício para pisar no real, finjo que não fantasio. e fantasio, fantasio. até o último momento esperei que você me chamasse pelo telefone. que você fosse ao aeroporto. casablanca, última cena" (caio f.)

para uma sexta

"Andei pensando nesses extremos da paixão, quando te amo tanto e tão além do meu ego que - se você não me ama: eu enlouqueço, eu me suicido com heroína ou eu mato o presidente. Me veio um fundo desprezo pela minha/nossa dor mediana, pela minha/nossa rejeição amorosa desempenhando papéis tipo sou-forte-seguro-essa-sou-mais-eu. Que imensa miséria o grande amor - depois do não, depois do fim - reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas. Num bar qualquer, numa esquina da vida.
Ai que dor: que dor sentida e portuguesa de Fernando Pessoa - muito mais sábio -, que nunca caiu nessas ciladas. Pois como já dizia Drummond, "o amor car(o,a,) colega esse não consola nunca de núncaras". E apesar de tudo eu penso sim, eu digo sim, eu quero Sins."


Caio F.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

lendo 'parafrancisco' encontrei isso aqui:

"sentia aquela sensação quase de alívio que a gente tem quando encontra oamor de verdade. Um dia você vai saber o que é isso."

alguém me ajuda a levantar?
Já lhe dei meu corpo, minha alegria

Já estanquei meu sangue quando fervia

Olha a voz que me resta

Olha a veia que salta

Olha a gota que falta pro desfecho da festa

Por favor

Deixe em paz meu coração

Que ele é um pote até aqui de mágoa

E qualquer desatenção, faça não

Pode ser a gota d'água


- do meu dia de hj pra vcs.

Acabei de chegar...

Meus amores, chego agora nesse cantinho feito para o nosso puro deleite. Venho lendo todos os posts, mas agora vou participar tb. Acho válido. Hj não tem sido um dia muito bacana pra mim, mas anseio que eles melhores em breve. Enquanto isso eu vou cantando e bebendo e morrendo de saudade de vcs, lembrando de tantos momentos que me trazem a sensação de que ainda existem coisas pelas quais vale à pena viver. Rodolfo, obrigado pelo convite, é-me importantíssimo ter um lugar pra dizer o que sinto e saber que vocês estão aí me lendo e tendo, também, a mesma maravilhosa oportunidade. Um xero em cada um.

Por Causa de Você

Ah, você está vendo só
Do jeito que eu fiquei
E que tudo ficou
Uma tristeza tão grande
Nas coisas mais simples
Que você tocou
A nossa casa querida
Já estava acostumada
Guardando você
As flores na janela
Sorriam, cantavam
Por causa de você
Olhe meu bem nunca mais
Nos deixe por favor
Somos a vida e o sonho
Nós somos o amor
Entre meu bem por favor
Não deixe o mundo mau levá-la outra vez
Me abrace simplesmente
Não fale, não lembre
Não chore meu bem

Por Causa de Você
Tom Jobim e Dolores Duran


~:

dose diária de caio f.

"menos pela cicatriz deixada, uma feridantiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e para sempre perdeu-se no momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva" (caio fernando abreu).

facadanocoração. :~

francisco, francisco.

uma dica:

http://parafrancisco.blogspot.com

o tema, segundo as palavras da própria autora:

"Um homem tem morte súbita, dois meses antes do nascimento do seu único filho. Assim nasce este blog. Tentando entender e explicar dois sentimentos opostos e simultâneos vividos pela viúva e mãe que, no caso, sou eu. Muitos questionamentos. Muitos raciocínios. Muito aprendizado. E uma pressa em falar para o Francisco sobre seu pai, sobre o mundo e sobre mim mesma (só por garantia)"

um teaser:

http://www.youtube.com/watch?v=plsio32w0gU&feature=related

assistam ao vídeo, comentem. e leiam o blog (de preferência de trás pra frente, digo, do início para cá, já que a ordem cronológica importa para perceber bem as nuances das sensações).

terça-feira, 4 de agosto de 2009

simone.


eu estou tendo o imenso prazer de descobrir simone apenas recentemente, mas já a reconheço como uma das maiores intérpretes desse país, dramática e com declamações derramadíssimas.

eis "jura secreta", de sueli costa e abel silva, do disco "face a face", de 1977.

http://rapidshare.com/files/205650747/07_-_Jura_Secreta.mp3

sábado, 1 de agosto de 2009

sugestões para atravessar agosto.

por CAIO FERNANDO ABREU.

Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro — e também certa não-fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah!, escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.

Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir. Dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons deixam a vontade impossível de morar neles; se maus, fica a suspeita de sinistros augúrios, premonições. Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos, de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzsche a Sidney Sheldon. Controle remoto na mão e dezenas de canais a cabo ajudam bem: qualquer problema, real ou não, dê um zap na telinha e filosoficamente considere, vagamente onipotente, que isso também passará. Zaps mentais, emocionais, psicológicos, não só eletrônicos, são fundamentais para atravessar agostos.

Claro que falo em agostos burgueses, de médio ou alto poder aquisitivo. Não me critiquem por isso, angústias agostianas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós. Para quem toma trem de subúrbio às cinco da manhã todo dia, pouca diferença faz abril, dezembro ou, justamente agosto. Angústia agostiana é coisa cultural, sim. E econômica. Mas pobres ou ricos, há conselhos — ou precauções — úteis a todos. O mais difícil: evitar a cara de Fernando Henrique Cardoso em foto ou vídeo, sobretudo se estiver se pavoneando com um daqueles chapéus de desfile a fantasia, categoria originalidade... Esquecê-lo tão completamente quanto possível (santo zap!): FHC agrava agosto, e isso é tão grave que vou mudar de assunto já.

Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu — sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antônio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún, ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à luz da lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.

Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se ou lamuriar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques — tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informação para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire, a ex-Iugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas — coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa ser acusado de alienação. É isso mesmo; evasão, escapismos. Assumidos, explícitos.

Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter demais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito, perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco:.

(O Estado de São Paulo, 06/08/95).

segunda-feira, 22 de junho de 2009

"eis o malandro na praça outra vez"



meus amores,
acabei de arrumar minha mala neste minuto!!!
embarco 9:40 e finalmente chego na TERRA!

para lembrar que bombaremos muito nesse tempo, vai um trecho da aptação para o cinema da peça de Chico Buarque: "A Ópera do Malandro"

http://www.youtube.com/watch?v=WKq0yJD9KvQ


beijos, até amanhã!!!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Here comes the sun again
Ben Harper


Oh no- here comes that sun again.
And (that) means another day without you my friend.
And it hurts me to look into the mirror at myself.
And it hurts even more to have to be with somebody else.

And it's so hard to do and so easy to say.
But sometimes - sometimes,
you just have to walk away - walk away.
With so many people to love in my life, why do I worry about one?
But you put the happy in my ness, you put the good times into my fun.

And it's so hard to do and so easy to say.
But sometimes - sometimes,
you just have to walk away - walk away and head for the door.
We've tried the goodbye so many days.
We walk in the same direction so that we could never stray.
They say if you love somebody than you have got to set them free,
but I would rather be locked to you than live in this pain and misery.
They say time will make all this go away,
but it's time that has taken my tomorrows and turned them into yesterdays.
And once again that rising sun is droppin' on down
And once again, you my friend, are nowhere to be found.
And it's so hard to do and so easy to say.
But sometimes, sometimes you just have to walk away, walk away and head for the door.
You just walk away - walk away - walk away.
You just walk away, walk on, turn and head for the door.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

vicky cristina barcelona.



A musiquinha tema desse filme que eu adoro. ;]

http://www.4shared.com/file/112346102/2118254d/01_-_Giulia_y_Los_Tellarini_-_Barcelona.html

terça-feira, 9 de junho de 2009

A gente é assim ...

"Nossas conversas nos dão um prazer profundo e são sempre salpicadas de muito riso e de vez em quando de uma ou duas lágrimas. Francamente, quanto mais velhos ficamos, mais a gente se dá bem, se é que você me entende".

(A Cabana - William P. Young)

maysa.



http://rapidshare.com/files/202650304/01_-_A_noite_do_meu_bem.mp3


sem comentários. apenas escutem. ;**

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Paulo Leminski


Ontem em João Pessoa, logo cedo, li em um dos cadernos do jornal uma reportagem sobre os 20 anos da morte do curitibano Paulo Leminski. Conheço quase nada de sua obra, sei que é extensa, e me lembrei de cara da primeira vez que fui a Curitiba e do meu saudoso amigo finado Dr. Berônio. Lá existe um parque Pedreira Paulo Leminski, destinado para shows ao lado da Ópera de Arame, um espaço lindo por sinal. E logo ao entrar na Pedreira existe uma caricatura enorme dele com um poema ao lado. Leminski dizia que quando alguém morria ela tinha pedido a conta ao garçom, e foi mais ou menos desse jeito que morreu, pois morreu de cirrose!


"Confira
tudo que
respira
conspira"


"Cinco bares,
dez conhaques
atravesso são paulo
dormindo dentro de um táxi"



"esta vida é uma viagem
pena eu estar
só de passagem"



"coração
PRA CIMA
escrito embaixo
FRÁGIL"



" -que tudo se foda,
disse ela,
e se fodeu toda"





Paulo Leminski

para daniel.

quando eu tiver setenta anos.

quando eu tiver setenta anos
então vai acabar esta adolescência

vou largar da vida louca
e terminar minha livre docência

vou fazer o que meu pai quer
começar a vida com passo perfeito

vou fazer o que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidades
de virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito

então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência


paulo leminski.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Dear Valentine

"Dear Valentine, come away with me. If I had a day with you and you only, I would enjoy the simple things. The things that bring joy to the drudgery and the mundane, the things that, in the end, when time steals the rest away, are the only things we'll remember. I would paddle you across a still lake in a rowboat and read poetry to you until you fell asleep, and I would never ever think about the hours.
Dear Valentine, if I had one day with you and you only, I would admire every line of your face, every strand of your hair, every graceful movement of your hands or your eyes or your body. If I had one perfect day. Don't you see, my heart beats only for you?
Dear Valentine, these are the things I remember, my love... A warm hand, your warm breath, your warm mouth, your arms around mine. I remember feeling safe, ceaseless, like one person, the two of us, still, at rest, entwined. I remember how I felt the first time I kissed you. It felt like... the high dive. What do you remember? How will I ever know what was inside your heart? Where do they go, all the things we think and feel but don't say?
Dear Valentine, these are the things I never told you, these are the things I need you to know... that I loved you always, and my love was so big, it lives still after you're gone. I'd like to tell you that I would do it differently, that if I had one more day I would do everything right. But I know that not to be true. I'd make all the same mistakes. That is, except one... I wouldn't say good-bye."
Carta que Dr. Brown fez para a esposa. (Everywood) ~:

Sem Fantasia

Estive dando uma olhada em alguns vídeos com grandiosidades de nossa música e me deparei com um que me estremeceu dos pés a cabeça. Nele, cantam Chico Buarque e Maria Bethania, relembrando um dueto que eles faziam cantando a música Sem Fantasia, do próprio Chico.
Vejam!


"Vem, por favor não evites
Meu amor, meus convites
Minha dor, meus apelos
Vou te envolver nos cabelos
Vem perde-te em meus braços
Pelo amor de Deus

Vem que eu te quero fraco
Vem que eu te quero tolo
Vem que eu te quero todo meu"


Link para o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=MRyOeRCkZYc

Lendo o que Rodolfo postou sobre Pablo Neruda, lembrei que tenho um ótimo livro do autor. Se chama Cem Sonetos de Amor, e o autor dividiu em três partes: manhã, tarde e noite. Isso o torna interessante, pois os sonetos vão de acordo com o "passar" do dia. Ainda Te Necessito não é um soneto, como vcs podem ver pela sua construção, e nem faz parte do livro Cem Sonetos de Amor, mas acho ele triste e ao mesmo tempo belo.

Ainda te Necessito

"Ainda não estou preparado para perder-te
Não estou preparado para que me deixes só.

Ainda não estou preparado pra crescer
e aceitar que é natural,
para reconhecer que tudo
tem um princípio e tem um final.

Ainda não estou preparado para não te ter
e apenas te recordar
Ainda não estou preparado para não poder te olhar
ou não poder te falar.

Não estou preparado para que não me abraces
e para não poder te abraçar.

Ainda te necessito.

E ainda não estou preparado para caminhar

por este mundo perguntando-me: Por quê?


Não estou preparado hoje nem nunca o estarei.


Ainda te Necessito."

"devolva o neruda que você me tomou, e nunca leu"

"Nós, os perecíveis, tocamos metais,
vento, margens do oceano, pedras,
sabendo que continuarão, imóveis ou ardentes,
e eu fui descobrindo, nomeando todas as coisas:
foi meu destino amar e despedir-me"

(NERUDA, Pablo. "Ainda". Tradução de Olga Salvary.
7. ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 2002, p. 35.
Título original: "Aún").

sobre amor e confusão.

"Talvez o mal é que a gente pede amor o tempo todo. Não se preocupa em dar amor, sem esperar reciprocidade.

[...] A gente tá se perdendo todos os dias, pedindo pras pessoas erradas. Mas o negócio é procurar. A gente não se recusar a se entregar a qualquer tipo de amor ou de entrega. Eu nunca vi por que evitar a fossa. Se a fossa veio é porque ela tinha que vir. O negócio é viver ela e tentar esgotar ela.

[...] A gente sempre procura um amor que dure o mais possível. Procura, procura, talvez tu aches. Pra mim é horrível eu aceitar o fato de que eu tô em disponibilidade afetiva. Este espaço branco entre dois encontros pode esmagar completamente uma pessoa. Por isso eu acho que a gente se engana, às vezes. Aparece uma pessoa qualquer e então tu vai e inventa uma coisa que na realidade não é. E tu vai vivendo aquilo, porque não agüenta o fato de estar sozinho.

Eu me sinto superfeliz quando encontro uma pessoa tão confusa quanto eu"

(ABREU, Caio Fernando. "Depoimentos". In: "Caio 3D: O essencial da década de 1970". Rio de Janeiro, Agir, 2005, p. 348-349).



p.s.: vocês são tão confusos quanto (ou mais do que ) eu, por isso o amor é tão grande. ;**

quinta-feira, 4 de junho de 2009

pode entrar.



link para download da música "muito obrigado, axé", dueto de dona betha com veveta, tirada cd/dvd de ivete, "multishow registro - pode entrar", que será lançado amanhã, 5 de junho de 2009:

http://www.4shared.com/file/109933425/61494ba7/Ivete_Sangalo_ft_Maria_Bethnia_-_Muito_Obrigado_Ax.html


(é uma música gostosinha, mas não extraordinária. aliás, NADA que carlinhos brow faz vai além do ordinário. eu até acho que arnaldo antunes e marisa monte carregam os tribalistas nas costas: ele compondo, ela cantando. prontofalei).

show do rei.

eu só lamento por todos vocês que não foram ao show de roberto carlos ontem à noite. perderam uma produção linda, com direito até ao rei fazendo de conta que tocava violão enquanto cantava "detalhes". AHAHAHAHAA

para fazer mais inveja, deixo aqui o link para download da versão de nara leão para "proposta" (sim, ele cantou ontem!), do disco "... e que tudo mais vá pro inferno", de 1978:

http://www.4shared.com/file/109931043/73702943/08_-_Proposta.html

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Não, não vá embora

Vou morrer de saudade
Vou morrer de saudade
Vou morrer de saudade

~:

Maninha

Eu tava lendo o post de Amanda e lembrei de uma música que eu acho muito linda e muito triste.


Se lembra da fogueira
Se lembra dos balões
Se lembra dos luares dos sertões
A roupa no varal
Feriado nacional
E as estrelas salpicadas nas canções
Se lembra quando toda modinha
Falava de amor
Pois nunca mais cantei, ó maninha
Depois que ele chegou

Se lembra da jaqueira
A fruta no capim
O sonho que você contou pra mim
Os passos no porão
Lembra da assombração
E das almas com perfume de jasmim
Se lembra do jardim, ó maninha
Coberto de flor
Pois hoje só dá erva daninha
No chão que ele pisou

Se lembra do futuro
Que a gente combinou
Eu era tão criança e ainda sou
Querendo acreditar
Que o dia vai raiar
Só porque uma cantiga anunciou
Mas não me deixe assim, tão sozinho
A me torturar
Que um dia ele vai embora, maninha
Pra nunca mais voltar

Maninha - Chico Buarque ~:



http://www.youtube.com/watch?v=lNkYV7lf-uc

da distância e da saudade.

Amanda, você está louca quando pede desculpas por achar suas palavras sem sentido. Tudo que você escreveu ecoou em mim como uma verdade simples e como uma realidade que eu já vivi (quando deixei Campina Grande há quase 3 anos e meio) e que vou viver com uma intensidade ainda maior daqui a menos de dois meses. Eu não tinha planejado contar a vocês por aqui, mas como é pertinente, eis a notícia: comprei minha passagem só de ida para Belo Horizonte; parto no finalzinho de julho. :~

E vou sozinho, sem ter quem me afague quando a saudade da Paraíba for me maltratar, mas com uma fé enorme, uma esperança quase-burra e uma sensação de que eu preciso fazer isso por mim, embora ainda não saiba muito bem por quê.

O que mais me dói não é a incerteza do porvir, pelo contrário — o não-saber o que virá chegou mesmo a se transformar em analgésico. O que mais me dói, eu dizia, talvez seja esse medo do vazio, esse pânico de não me conceber sem vocês. A verdade é que eu sou viciado em amor e não me imagino tendo que ir procurar a próxima "dose" em rostos estranhos, eu que já me acostumei com o carinho certo de vocês. :/

E pouco me consola saber que a vida é mesmo assim, porque num mundo ideal não haveria despedidas, só encontros...

P.S.

Pra quem não conhece a música de Dalva que citei na postagem anterior:


Aqui, neste mesmo lugar,
Neste mesmo lugar de nós dois, Jamais poderia pensar
Que eu voltasse sozinho depois.
O mesmo garçom se aproxima,
Parece que nada mudou,
Porém qualquer coisa não rima
Com o tempo feliz que passou.
Por ironia cruel
Alguém começou a cantar
Um samba-canção de Noel,
Que viu nosso amor começar.
Só falta agora a porta se abrir
E ela ao lado de outro chegar
E por mim passar sem me olhar.
Só falta agora a porta se abrir
E ela ao lado de outro chegar
E por mim passar.


http://www.4shared.com/file/91687158/e15214cf/Neste_Mesmo_Lugar__Ttributo_A_Dalva_De_Oliveira_.html?s=1

beijos.

Insônia

Hoje não tenho vontade de postar textos, músicas, poemas ou qualquer outra forma de arte à qual o blog se propõe. Minha vontade é expressar minha saudade, porque assim expresso o amor que tenho por vcs. A insônia me pegou de jeito hoje. Talvez pela ansiedade de ir à Campina, ansiedade de matar a saudade que tem me castigado nos últimos tempos. Esta tem sido tão grande que vez ou outra me pego viajando pelas lembranças da varanda de Rodolfo, do quintal de Daniel, e chego até a escutar as risadas, as músicas de Bethânia, Gal, e a tal música de Dalva de Oliveira - Neste Mesmo Lugar (rs). Só não gosto muito de lembrar do episódio na casa de Thaynã. Seu sofá é ótimo pra curar embriaguez, mas outro mix daquele acho que eu não aguento. rsrsrs

Fiz o que achava certo ao decidir vir pra Maceió, hoje me pergunto se valeu a pena. Eu sei, eu ainda deveria estar vivendo um conto de fadas, mas já não acredito mais neles. Acordei sem o beijo do príncipe. Virei a Gata Borralheira da cidade grande. Choro ao ver as combinações de viagens, de idas ao saudoso Bar do Brito, ao ver as fotos. Acredito que vale a pena quando vejo um gesto de carinho e compreensão de Daniel (marido), mas essa saudade incomodante - como diz Adolff - tem me feito rever a vida. Talvez eu esteja com a Síndrome da Loja de Doces. Não sei. Entre um M.Light e outro eu vou levando, esperando o tempo passar. Aprendendo a ser gente independente, - e como isso assusta - driblando um problema e outro. Fazendo de conta que a vida é uma novela, e que daqui a alguns capítulos tudo se resolve como um passe de mágica, como se tudo fosse muito óbvio e 'resolvível'. Procurando uma cartilha que ensine a lidar com gente - o que eu nunca aprendi.

Escrevo nesta madrugada de olhos arregalados como um desabafo. Peço que me perdoem pelas palavras sem sentido, e que saibam que saber que tenho vcs na minha vida me faz seguir adiante.

Agradeço de todo coração a Ro pela criação desse blog. Tenho me sentido mais próxima de vcs. Como se ainda morasse na 'ruinha', e toda noite escutasse alguém chamar pra perguntar: "Tu vai ficar aqui na frente hoje??".

Preparem os abraços meus queridos.
Um beijo de coração cheio em todos vcs. Amo muito.

(A)

terça-feira, 2 de junho de 2009

para thaynã:

"Dear Leonard. To look life in the face, always, to look life in the face and to know it for what it is. At last to know it, to love it for what it is, and then, to put it away. Leonard, always the years between us, always the years. Always the love. Always... the hours" :~

"mrs. dalloway said...

she would buy the flowers herself."


("The Hours", USA, 2002).

magdalena carmen frida kahlo y calderón.



"¿pies, para qué los quiero, si tengo alas para volar?"

Aos Bons

Diz o mestre:
Todos nós precisamos de amor. O amor faz parte da natureza humana - tanto quanto comer, beber, e dormir. Muitas vezes sentamos diante de um belo pôr-do-sol, completamente sós, e pensamos: "Nada disto tem importância, porque não posso compartilhar toda esta beleza com alguém." Nestes momentos, vale a pena perguntar: quantas vezes nos pediram amor, e nós simplesmente viramos o rosto para o outro lado? Quantas vezes tivemos medo de nos aproximar de alguém, e dizer, com todas as letras, que estávamos apaixonados? Cuidado com a solidão. Ela vicia tanto quanto as drogas mais perigosas. Se o pôr-do-sol parece não ter mais sentido para você, seja humilde, e parta em busca de amor. Saiba que - assim como outros bens espirituais -, quanto mais estiver disposto a dar, mais você receberá em troca.
Paulo Coelho

para sempre clara.



link para o download de "guerreira", música lançada no lp homônimo de 1978, e que, na minha opinião, define bem clara nunes. ;]

http://rapidshare.com/files/203775020/01_-_Guerreira.mp3

segunda-feira, 1 de junho de 2009

BR - 230

O que vcs fariam com 2hs do seu dia? Esse é o tempo que levo dentro de um carro, escutando tudo que é de música, entre CG City e Várzea. Durante um ano são 192hs entre idas e vindas! E fazendo o que?! Olhando a estrada claro! Às vezes o que me consola, é que SE eu morasse numa megalópole passaria esse tempo ou mais me deslocando para o trabalho. Claro, depedendo de onde eu morasse. Minha gente eu moro em CG City, e tenho certeza que não é uma megalópole! Pelo menos, cidades enormes trazem brindes como bons restaurantes, museus e opções de lazer (rs)! Com certeza a BR-230 é minha terapêuta! Ela não fala diretamente com você e o honorário é a gasolina (rs), mas o pensamento voa sobre milhões de coisas. Ali você escuta música ou pensa em tanta coisa que vocês devem imaginar. Quem nunca se pegou olhando paisagens, cenas do dia a dia através da janela do carro e o pensamento looooonnge?! Hoje estava desse jeito quando entrei no carro e peguei a estrada para Várzea, bateu uma saudade do meu amigo Eduardo (Papangu) e me lembrem de nossa amiga de Blog Amandinha! 1º de Junho, sexto mês do calendário gregoriano, nome derivado da deusa romana Juno, mulher do Deus Júpiter.

Essa música é para Amanda casada com Daniel e Eduardo casado com Aline. Adoro vcs! Espero que gostem.

Azarar sem violência, mesmo que seja só por maldade
Paquerar com liberdade mas na maior inocência
Namorar sem malandragem, estraga o filme dá prejuízo
Copular sem sacanagem é um atalho pro paraíso
Na inocência
Sem sacanagem
Só por maldade

Mas pode ir dando adeus, a galinhagem, a malandragem e as cantadas baratas
Você não é mais dono do seu nariz
O aprendiz de Dom Ruam foi aposentado

Frequentar a casa dela, sinal de alerta, perigo a vista
Conhecer toda a família, oléo na pista, olha o barranco
Expandir o patrimônio, não digo nada é um aviso
Contrair o patrimônio, é um atalho, não digo nada
Sem sacanagem
É um atalho
Pro manicômio

É hora de se despedir dos amigos, das baladas homéricas e das farras intermináveis
Você não é mais dono do seu tempo
Diga adeus ao mundo dos livres, seus dias de rei da noite definitivamente ficaram no passado
Mais o legal é quando mesmo depois de alguns anos de clausura, você acorda ao lado da sua amada e se descobre um felizardo
O legal man, é saber que todos os acidentes de percurso valem a pena quando lhe aproximam ainda mais da pessoa certa
O legal é ir dormir sabendo que ao acordar você poderá mais uma vez contar todas as pintinhas e sinais da pele da sua escolhida, só pra ter certeza
Só pra ter certeza que não esqueceu nada, que nada saiu da sua ordem, o universo e os elementos continuam conspirando a seu favor
E você continua reinando, reinando enquanto dorme!

Inocência
Mundo Livre S/A

better, betha, bethânia.



lançado em 1968, o disco "recital na boite barroco" traz pela primeira vez um registro documental da força de bethânia num espetáculo ao vivo. com um repertório lindo e coeso composto por antigas canções escolhidas a dedo pela própria betha ("neste show, estou cantando as músicas que eu gosto, e da maneira que eu gosto", diz ela no início da apresentação), "recital..." ainda se mantém como um dos melhores discos da (impecável) carreira de dona mari beth.



para deixar um gostinho, eu escolhi a faixa nº 8, "lama", pela temática "abaixo o preconceito" pra frentex que a canção evoca:

http://rapidshare.com/files/203588221/08_-_Lama.mp3



p.s.: a pintura da capa é de luiz jasmin. ;]

p.p.s.: na contracapa do disco original há um texto assinado por ferreira gullar, em que ele diz, dentre outras coisas: "cantar bem é cantar como bethânia canta: com o calor da vida. é por isso que ela diz: 'sei que desafino às vêzes. mas eu também desafino na vida'. [...] o que alguns discutem é se ela é ou não a maior cantora brasileira de hoje. mas isso é uma discussão ociosa. o que é indiscutível é que algumas de suas interpretações, de músicas atuais ou do passado, atingem aquêle ponto definitivo que as torna insuperáveis. [...] isso define uma grande cantora: a capacidade de criar a interpretação definitiva, dentro de determinada época, das canções nacionais. bethânia é uma cantora nacional, dêste país, enraizada nêle, e na multidão de vozes e cantos que exprimem a nossa vida destaca-se a sua, bela, já turva, já iluminada, que canta por todos nós".

;D

Reforçando




A música que Rodolfo colocou o link no primeiro post é doce demais, amei! Nara é linda.

Onde andará Lyris Castellani?

Se por acaso cruzarem com ela na feira, no elevador, no bar da esquina ou no Gallery, digam a Lyris que mando meu mais carinhoso beijo. E que jamais a esquecerei.


Caio F.


~:

domingo, 31 de maio de 2009

antes e depois.

os doces bárbaros:
caetano, bethânia, gal & gil.

1976



2002

gente!

aviso aos novos blogueiros semi-virgens:
coloquem títulos nas postagens! qualquer coisa, pra ficar mais fácil d'a gente achar um tópico no menu. f i c a a d i c a. ;**
Com todo respeito aos textos e canções lindas de Vinicius, Caio, Clarice, Elza e Chico postados por Mandoca ahehhaeh, Tatá e Luluca, irei postar uma música em clima de São João. A música não é daquelas do tipo de "Ilha do Forró", mas cheguei agora do Bar do Cuscuz, e fiquei com essa música, antiga por sinal, na cabeça!! Acho que vcs se lembram (rs)!!

Toda vez que você vem me ver
Eu não sei o que fazer pra te agradar
O seu toque só me dar prazer
Tá difícil de viver sem te abraçar
Gosto de te ver perto de mim
Nosso amor começa e não tem fim...

É um fogo que me faz arder
Um desejo de querer não mais parar
E quando teu coração bater
Eu já sei que vou viver só pra te amar
Gosto de fazer você feliz
Nosso amor é flor que tem raiz...

Toda vez que você vem me ver
Dá vontade de parar o tempo
Esse instante que não cansa de passar
Quero sempre ter o teu amor
Quanto mais e mais eu quero
E a minha vida inteira é pra te dar
Todo o tempo é pouco pra te amar...

Brasas do Forró
Todo tempo é pouco p te amar

"E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão"
Depois da Guerra vão nascer lírios nas pedras, grandes lírios cor de sangue, belas rosas desmaiadas. Depois da Guerra vai haver fertilidade, vai haver natalidade, vai haver felicidade. Depois da Guerra, ah meu Deus, depois da Guerra, como eu vou tirar a forra de um jejum longo de farra! Depois da Guerra vai-se andar só de automóvel, atulhado de morenas todas vestidas de short. Depois da Guerra, que porção de preconceitos vão se acabar de repente com respeito à castidade! Moças saudáveis serão vistas pelas praias, mamães de futuros gêmeos, futuros gênios da pátria. Depois da Guerra, ninguém bebe mais bebida que não tenha um bocadinho de matéria alcoolizante. A coca-cola será relegada ao olvido, cachaça e cerveja muita, que é bom pra alegrar a vida! Depois da Guerra não se fará mais a barba, gravata só pra museu, pés descalços, braços nus.
Depois da Guerra
Vinicius de Moraes

Fé ...

"Te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia. Me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez".


Caio Fernando Abreu.
“E considerou a cruel necessidade de amar. Considerou a malignidade do nosso desejo de ser feliz. Considerou a ferocidade com que queremos brincar. E o número de vezes em que mataremos por amor”.

Clarice Lispector


(L)

sábado, 30 de maio de 2009

Perdida ...

Perdida
Na avenida
Canta seu enredo
Fora do carnaval
Perdeu a saia
Perdeu o emprego
Desfila natural


Esquinas
Mil buzinas
Imagina orquestras
Samba no chafariz
Viva a folia
A dor não presta
Felicidade, sim


O sol ensolará e estrada dela
A lua alumiará o mar
A vida é bela
O sol, estrada amarela
E as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

Elza Soares.
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Escuto a correria da cidade, que arde
E apressa o dia de amanhã

De madrugada a gente ainda se ama
E a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna a nossa cama, reclama
Do nosso eterno espreguiçar

No colo da bem-vinda companheira
No corpo do bendito violão
Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade, que alarde
Será que é tão difícil amanhecer?

Não sei se preguiçoso ou se covarde
Debaixo do meu cobertor de lã
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã

Samba e amor Chico Buarque/1969


Essa música, essa chuva e esse frio...

gonzagas

luiz gonzaga em momento família com a esposa, helena, e os filhos, rosinha e gonzaguinha. (L)
(clique para aumentar)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

o que será?

hoje achei por bem postar a canção que inspirou o nome desse blog, e para não fazer feio, coloquei não uma, mas SEIS gravações para download. ;]


milton nascimento (com chico), versão do disco "geraes", de 1976:

http://rapidshare.com/files/202770804/05_-_O_Que_Sera__A_Flor_da_Pele_.mp3


chico buarque (com milton), versão do disco "meus caros amigos", também de 1976:

http://rapidshare.com/files/203678040/01_-_O_Que_Sera_A_Flor_da_Terra.mp3


simone, versão do disco "face a face", de 1977:

http://rapidshare.com/files/205650074/04_-_O_Que_Sera.mp3


maria bethânia, versão do disco "pássaro da manhã", ainda de 1977:

http://www.4shared.com/file/108782441/636f1488/10_Texto_Lispector__O_Que_Sera.html


nara leão, versão do disco "com açúcar, com afeto", de 1980:

http://rapidshare.com/files/203076984/05_-_O_que_Sera__A_Flor_da_Pele_.mp3


omara portuondo (com chico), versão do disco "gracias", de 2008:

http://www.4shared.com/file/108784045/46602791/Omara_Portuondo_e_Chico_Buarque_-_O_Que_Sera.html